Pular para o conteúdo principal
Inicio
bandera-europa
abrir la búsqueda
 

Navegación principal

  • Início
  • QUEM SOMOS?
  • PAINEL BRASIL
  • NOVOS TÍTULOS ESPANHÓIS
  • ARTIGO RECOMENDADO
  • ENTREVISTA
  • INFORMAÇÃO UTIL
  • CONTATO
Margareth dos Santos
Autor:
Mohamed El Morabet
Publisher:
Galaxia Gutenberg S.L.
Resenhista:
Margareth dos Santos

O título El invierno de los jilgueros (O inverno dos pintassilgos, em tradução literal) expõe o movimento migratório desses pássaros, que no inverno permanecem no deserto e na primavera se dirigem a lugares junto ao mar. Essa imagem do deslocamento, que encerra uma forte relação entre esses dois espaços, repete-se ao longo do livro, sem que para isso se configure como um eixo dicotômico. Ao contrário, ambos os espaços se dispõem em uma série de reflexões e metáforas poéticas que se disseminam ao longo da narrativa.

A obra, que transcorre entre 1975 e 1992, enlaça duas histórias que correm em paralelo e, posteriormente, se unem:  a de Brahim e Olga. A narração inicia-se com o jovem Brahim que, na sua cidade natal, a portuária Al Hoceima, vê seu irmão Musa partir rumo ao deserto, recrutado por conta dos acontecimentos relativos à Marcha Verde (quando o governo do Marrocos implementa a ocupação do Sahara espanhol). Em seguida, numa espécie de segunda parte do romance, vemos como Olga assume a voz narrativa e nos conta sobre seu translado de Madri a Tetuán para tomar posse de seu posto de professora na Escola de Belas Artes. Ali, ambas as personagens se encontram, posto que Brahim partira a Tetuán para estudar artes na mesma instituição. Desse encontro nascerá uma intensa relação amorosa, que acabará abruptamente com a volta de Olga a Madri e a de Brahim para Al Hoceima.

A construção desses deslocamentos e a volta às origens dos protagonistas, que parecem mimetizar o movimento dos pintassilgos, se articulam a partir de uma conformação narrativa pautada pelo gosto pela frase curta, que ao mesmo tempo em que imprime um ritmo ágil à narração, convive com um olhar contemplativo, regido por uma forte e impressionante base sensorial.

Em El invierno de los jilgueros acompanhamos o cotidiano dos amigos e familiares de Brahim em suas vidas, que apesar de comezinhas, estão pautadas por profundas inquietudes com as quais o leitor pode se identificar. Nessa perspectiva, talvez uma das metáforas mais poderosas desse olhar sensível para o cotidiano seja a imagem da volta de Musa do deserto, esse lugar “mudo”, onde não há resposta “nem possibilidade para o diálogo”. Essa imersão na aridez desse silêncio culminará na loucura da personagem na última parte da obra, cujas passagens podem tocar de maneira indelével o leitor. Já na narrativa de Olga (talvez um pouco deslocada da poeticidade da parte anterior), vislumbramos como sua relação com Brahim estará ditada pela arte, pela música e pela contemplação do horizonte.

De maneira habilidosa, o autor filtra a luz e os odores dessas distintas situações e enfrentamentos, nas quais se destaca o cheiro de lavanda silvestre, que recobre os montes de Al Hoceima. Essa planta, que impregna os distintos espaços e corpos da narrativa, que atravessa os sentidos das personagens com seu aroma inebriante, evoca, em uma de suas acepções ancestrais em espanhol (“alhucemas”), a articulação deserto-mar que perpassa, física e metaforicamente, todo esse romance, merecidamente ganhador do XV Premio Málaga de Novela em 2021.

Baixar PDF

 

Artigo Recomendado

 
 
 

Jézio H.B.Gutierre, Professor assistente doutor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. De 2001 a 2015 exerceu a função de...

LER MAIS

 

 

Entrevista

 
 
 

Pedro Pacífico, Em 2017, você começou a dar sua opinião sobre os livros que lia nas mídias sociais. O que a inspirou a dar...

LER MAIS

 

Pesquisar

Genero

 

BOLETIM ELECTRÔNICO

Inscrição ao boletim eletrônico
Click here

QUEM SOMOS?

Bem-vindo ao site New Spanish Books, um guia dos novos...

CONTATO

European Regional
Development Fund
A way to make
Europe
© ICEX 2024 - Todos los derechos reservados