A COMEDORA DE MÃE traz relatos que fundem suas raízes na mesma matéria e se alimentam das mesmas obsessões. De um lado, um médico que se vê envolvido em um projeto científico descabido e cruel, em um sanatório suburbano. Do outro, um célebre artista plástico que leva ao extremo sua busca estética e se transforma, ele próprio, em objeto de experiência. A ambos rondam a intervenção no corpo e a busca pela transcendência. Primeiro, apresentadas como uma derivação de uma esperança positivista contrafeita, no início dos anos 1900. Depois, como resultado de uma aposta artística radical, bem-sucedida e por fim banalizada no início do século XXI. No centro desse romance, pontuado pelo humor e pela velocidade da sua cadência narrativa, flutua a ideia do monstruoso.