Leitor: Rafael Falasco
¿Y si recibieses una carta que tú mismo te enviaste hace 15 años en una cápsula del tiempo?
Uma cápsula capaz de viajar no tempo e espaço com o objetivo de alcançar o seu leitor no futuro. Assim se apresenta El libro del futuro (2018), livro de atividades que propõe um reencontro no futuro com o seu eu do passado. Os autores contam que a inspiração para esse projeto surgiu de uma professora chamada Nancy Johnson, que sugeriu para os seus alunos de oito anos que escrevessem uma carta para si mesmos. Ao sair do colégio, com dezoito anos de idade, a professora devolvia a carta, de modo que encontravam a alteridade no seu passado.
As atividades percorrem as 46 páginas do livro, cheias de convites criativos que buscam criar um retrato da infância do seu autor. O livro convida o leitor a intervir diretamente em seu miolo. Ele pede para que escreva o seu nome, conte os seus sonhos, seus pratos prediletos ou coisas de que não gosta. Quanto mais completo o leitor deixar, melhor. Pode ser escrito com a ajuda de amigos e dos pais, mas é importante lembrar: nele poderá contar segredos e confidências, porque o livro é do leitor para o leitor.
As intervenções acontecem na forma de listas, colagens ou desenhos. Por exemplo, em uma dupla com o mapa do mundo, o livro convida o leitor a pintar de vermelho os países que ele gostaria de visitar um dia. Em outra, propõe um álbum de retratos para desenhar e escrever o nome e a idade das pessoas da sua família. Em outra parte, pede para que seja desenhado e listado um tema clássico da infância: as férias.
O seu eu do futuro tem “péssima memória”, brinca César Sánchez e Joana Carro, os “cocriadores” (posto que os leitores também criam) dos textos. A ilustração de María Ramos é moderna e distante do design comumente encontrado nas publicações infantojuvenis. O livro deverá ser guardado com cuidado para que seja encontrado depois de quinze anos, como chaves para recordar um universo passado esquecido.
Terminado o livro, o leitor deverá cortar a última página e enviar para a editora, que ficará responsável por enviar uma notificação de volta passados os quinze anos. Ao pensar quantos anos deveriam ser estipulados para o retorno ao livro, os autores dizem:"pensamos em muitas opções. Cinco, dez, até vinte anos. Mas achamos essencial que o receptor recupere a imagem da criança quando está em um momento transcendente de sua vida, quando termina de estudar e já enfrenta alguns problemas da vida adulta, porém não se sente estável ou certeza de quase nada“. A entrada na vida adulta seria o melhor para que o passado fale de forma direta, sem intermediários.
Com a exceção dessa alteração sobre o envio da carta, o livro poderia ser perfeitamente publicado no país. Ao trabalhar a análise e a consciência de si com textos inteligentes sobreposto ao design de ares contemporâneos, é uma publicação de interesse geral que poderá encontrar terreno fértil nas escolas e nas livrarias.
Outro ponto (curioso) que merece destaque na edição espanhola e que seria importante adotar em uma edição brasileira: 1% dos lucros de venda do livro são destinados à pesquisa que o cientista Ronald Mallet realiza para construir uma máquina do tempo.
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