Leitora: Rita Mattar
Caminhando pelo jardim de seu castelo, o jovem sultão encontra Zakia, filha do vizir, por quem se apaixona imediatamente. Chama, então, o vizir pede a mão de sua filha em casamento. O funcionário, satisfeito com a notícia, comunica-a a Zakia, que, para surpresa do pai, rejeita o pedido do sultão. “Como posso me casar com ele se nem o conheço?” Ela permanece irredutível aos apelos do pai, e só cogita mudar de opinião com uma condição: o sultão tem de aprender algum ofício, como garantia de um futuro promissor, caso ele perca o trono.
O vizir comunica ao sultão a resposta da filha, aterrorizado pela audácia de tal exigência. Para sua surpresa, o sultão reflete e aceita a condição. Sem demora, ele chama todos os artesãos do país para fazerem uma demonstração de seus trabalhos e decide aprender a arte da costura. Com muito empenho, ele faz para a noiva um deslumbrante lenço com uma rosa costurada, como prova de seu compromisso.
Um dia, após o casamento, o sultão comenta com a esposa que se preocupa em saber se o povo aprova seu reino. Ela, sempre ponderada e honesta, aconselha-o a se integrar à vida cotidiana da população para conhecer de perto suas opiniões. É desse modo que o sultão, um fidalgo e um ministro saem para as ruas disfarçados. Visitam mercados, sentem o clima vibrante das ruas e conversam com as pessoas.
Ao chegar a um café famoso pela comida que serve, os três homens caem em uma armadilha. O dono, um homem malvado, conta o segredo de seus pratos: eles são feitos com carne humana. Sem revelar a própria identidade, o sultão tem uma ideia para escapar da armadilha. Conta ao dono do restaurante que eles são os melhores costureiros do país, e que seu trabalho é bem valorizado pela corte do sultão.
Intrigado pela proposta, o dono de restaurante fornece materiais e equipamentos para os prisioneiros. Assim, o sultão passa a noite tecendo um lenço idêntico àquele que fizera para Zakia. Animada com o resultado, o vilão vai à corte vender o lenço. Ele o oferece à sultana, que imediatamente reconhece o trabalho do marido.
Pede, então, aos oficiais da corte que sigam o homem até o restaurante e, assim, eles conseguem libertar os prisioneiros. O casal vive feliz pelo resto de seus dias, repleto de sabedoria, carinho, inteligência e generosidade.
A simplicidade da história e a sensibilidade com que são tratados seus temas centrais — amor, generosidade, sabedoria e dedicação —, fazem com que o conto possa ser facilmente entendido por crianças de diferentes idades e contextos culturais.
Embora os assuntos e personagens recriem o modelo tradicional dos contos infantis, El pañuelo del sultán possui elementos que diferenciam a história de um simples relato: a independência de Zakia representa um contraponto às personagens femininas tradicionais, assim como a importância dada à inteligência e à educação na construção do futuro do casal.
As ilustrações de Pia Wortham também são um ótimo complemento visual à história. Valendo-se de diferentes técnicas, de uma paleta colorida e de padrões geométricos vibrantes que se assemelham aos tecidos marroquinos, a artista constrói um diálogo descomplicado e atrativo para manter o interesse dos pequenos leitores.
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