Leitor: Rafael Falasco
¿Qué nos contarían las palabras si supieran hablar? En realidad se puede decir que sí, que saben hablar.
O livro infantojuvenil Habla la palabra - la fabulosa historia de las letras, los libros y las bibliotecas é uma homenagem ao universo das letras, seus leitores e todos os profissionais dos livros. Nele, a autora Mar Benegas e a ilustradora Miriam Morales buscam recriar a trajetória da escrita no seu sentido mais amplo, partindo dos primeiros registros de fixação da linguagem até chegar nos espaços contemporâneos de leitura. Mar Benegas é educadora e professora, especializada em literatura infantojuvenil. Sua larga experiência pedagógica aparece desde o momento em que nos deparamos com a estrutura do livro, dividido em cinco partes com propostas claras: “a escrita”, “os livros”, “as bibliotecas”, “as pessoas, os livros e as bibliotecas” e um glossário de termos. Na primeira parte o leitor poderá acompanhar o surgimento das primeiras expressões da linguagem “antes das letras”, isto é, as pinturas rupestres e as marcas das mãos e o papel da memória nas sociedades. Também encontrará a associação entre o comércio, o poder e a escrita, os hieróglifos e ideogramas (“desenhos que contam”), e as origens do alfabeto latino. Por fim, também nesta parte encontramos histórias de línguas “mortas” e das trocas de palavras e influências entre uma língua e outra.
Na segunda parte, Benegas narra o principal suporte da escrita: o livro, desde as escritos em ossos e cascas de tartaruga, pedras e barro, até alcançar os rolos de papiro, os pergaminhos e o códice, “que chega para facilitar um pouco a coisa”. Narra também o transformador surgimento do papel e as novidades trazidas pela internet. Na terceira parte, sobre as bibliotecas, o mesmo formato: traça o percurso das coleções de livros na antiguidade, com destaque para as experiências egípcias e greco-romanas, e no medievo, para chegar ao mundo contemporâneo.
Na quarta parte, Habla la palabra exalta a importância da massificação dos livros para a alfabetização democrática: “livros para todos, por favor”. É um capítulo dedicado ao valor da biblioteca pública e do acesso à leitura. Nele também encontramos uma interessante e breve descrição do caminho do livro na própria instituição bibliotecária: de sua seleção até sua catalogação, para que todos possam procurar e encontrar os títulos, e a autora ainda relembra que a biblioteca é para todos, e por isso devemos ajudar a cuidar dela e preservar seu acervo, suas normas e sua organização. Ao final, um glossário com termos como “arquivo”, “CDU” (o sistema de classificação decimal universal) e “público”, definidos pontualmente e com clareza, ajudam os leitores em processo de formação a navegar pelas páginas do livro com ferramentas conceituais.
A linguagem que permeia a escrita da autora é concisa e divertida. Resgata curiosidades e casos emblemáticos, como a boa relação do conhecimento e dos livros com Cleópatra e Hipatia de Alexandria. O tema da história das mulheres é muito bem resgatado também em outros momentos, como ao relembrar as conquistas da alfabetização feminina e as perseguições sofridas pelo gênero durante os tempos de Inquisição. Tudo de forma leve e ao mesmo tempo informativa.
O design moderno da designer Miriam Morales é forte aliado para a mensagem da autora. Ricamente ilustrado e colorido, os textos são intercalados por imagens exuberantes e formam um suporte fundamental para a abordagem pedagógica preocupada em educar e formar sem deixar o processo maçante, formal demais ou repetitivo. Também são inseridos pequenos balões com anedotas etimológicas e reflexões sobre como a prática da escrita e da leitura estão em constante mutação desde a sua origem.
Em nossa constante revolução digital e informática, uma brochura capaz de fornecer ao público infantojuvenil a jornada da escrita e dos livros com pertinência e diversão com certeza poderá ser interessante para as livrarias e para as escolas brasileiras.
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