Leitor: Rafael Falasco
Em Yo y el mundo - una historia infográfica acompanhamos a espanhola Lucia, uma menina que mora com a família e o cachorro, gosta de brincar com seus amigos, praticar esportes e ir à escola, “como a maioria das crianças”. Através dos olhos da protagonista-guia, o livro se organiza como um exercício de alteridade, levando os leitores a descobrir como as vidas ao redor do globo são diferentes entre si, munidos de diversos infográficos recheados de informações pertinentes e curiosas capazes de fazer com que comparem suas próprias vidas com costumes e tradições diferentes.
Cada tema é abordado em uma dupla de páginas ricamente ilustradas, em um projeto gráfico que transborda cores e formas, um verdadeiro espetáculo de gráficos e diagramas. As abordagens surpreendem pela vastidão de temas, aqui enumerados: nomes mais comuns; configurações familiares; animais de estimação; números populacionais; idiomas; trabalhos e profissões; tipos de lares; cidades; itens do café da manhã; engarrafamento de carros nas cidades; colégios; uniformes escolares; merendas; lições de casa; acesso à internet e às redes sociais; livros; esportes; brincadeiras infantis; as férias; turismo; comunicação em viagens; climas e meio ambiente; parques de diversão; culinária; festas de aniversários; comemorações de natal e as religiões.
A presença de Lucia ao longo dos temas oferece um ponto comparativo interessante para as crianças, que conseguem ter uma referência mais próxima delas para ajudar na elaboração da larguíssima escala oferecida pelos infográficos. Neste jogo entre o “nós” e o “mundo”, educadores e pais encontram espaço propício para ensinar sobre a pluralidade, a riqueza e a diversidade do planeta. Um livro que consegue despertar curiosidade em relação ao “outro”, tema importante para uma educação que preza pela tolerância.
Para o mercado editorial brasileiro, talvez seja interessante tentar criar algumas adaptações no livro para que o país apareça de forma mais constante. Embora esteja bem representado no formato original, uma maior presença dos dados sobre o Brasil pode fazer com que os leitores se identifiquem mais e encontrem um número maior de ferramentas para entender o mundo e a sua própria realidade.