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Antônio Xerxenesky
Autor:
Julia Rendón
Publisher:
De Conatus
Resenhista:
Antônio Xerxenesky

A equatoriana Julia Rendón Abrahamson, radicada em Barcelona, já publicou dois livros de contos, Yeguas y ternero (2021) e La casa está muy grande (2015), mas Lengua ajena é seu romance de estreia, o que inevitavelmente trará mais destaque à sua produção anterior.

            Lengua ajena se revela um romance profundamente contemporâneo em todos os sentidos: sua temática central é a migração, o exílio e a desterritorialização, enquanto o seu estilo, fragmentário, oscilante, não-linear, torna a obra estranhamente acessível, como se os capítulos fossem posts de blog que pudessem ser lidos em diferentes sequências.

            No romance, a narradora escreve à sua filha pequena Lola, dirigindo-se a ela, enquanto busca recuperar a memória da avó Hannah, judia e sobrevivente da Shoah. O pertencimento judaico, tema subterrâneo que percorre toda a obra, se dá menos através da religião (que soa estranha até para a narradora, cujo ponto de contato maior é ver o irmão arrivista praticar os rituais, como o acendimento de velas ao shabat ou a amarração de tefilin) e mais através do mito pervasivo acerca do povo judeu como um povo errante, nômade.

            Assim, a história pessoal dela se intercala com a história das mulheres que vieram antes – a mãe, que a protagonista descobre que nunca teve um orgasmo, pois integra uma geração onde questões sexuais jamais eram debatidas, e a avó, uma idosa que inspirava medo na narradora quando esta era menina – e também com a história da filha, que representa, de certo modo, um futuro em que é possível projetar uma nova vida. É reconhecendo as falhas e silêncios das gerações passadas que a narradora busca traçar caminhos melhores para a filha, inclusive no que diz respeito à liberdade sexual.

            A narradora acabou de passar por um divórcio com um catalão e, nesse momento de crise e incerteza, no abismo vertiginoso da solidão, debruça-se sobre a própria história familiar, para rastrear ali uma trajetória que sempre foi marcada por deslocamentos, voluntários ou forçados, desde a fuga da Europa hitlerista, até a vida no Equador e a jornada da protagonista ao Estados Unidos, mediada por familiares com quem ela não sente a menor identificação.

            Pouco a pouco, o livro deixa entrever seu verdadeiro tema: a busca por raízes e pertencimento em um mundo onde parece impossível encontrar uma estabilidade. A crise deriva da não-identificação com inúmeros elementos: do judaísmo enquanto religião, dos familiares cujas opiniões e estilos de vida são completamente distintos, e da vida que teve no Equador, que parece uma memória irrecuperável.

            Bem escrito, Lengua ajena é um título que pode funcionar muito bem no mercado internacional, por conjugar de forma inteligente experiência pessoal e tópicos candentes.  

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