Essas histórias – tão verdadeiras que alguns detalhes tiveram que ser removidos para ficarem verossímeis – pertencem à chamada “literatura de micção”, chegando, por seu realismo absoluto, a entrar no subgênero “letras laxantes”. Mais do que entrar, elas mergulham neste, regozijando-se tanto que a primeira intenção da editora foi publicá-lo em um papel mais adequado a suas delicadas funções, mas a tinta escorria. Os protagonistas, em uma original dinâmica Sherlock-Watson, são um inspetor de polícia amoral e interessado e seu subordinado descerebrado e fiel, alternadamente separados do corpo ou condecorados. Covarrubias é um homem astuto e sem escrúpulos, e com um toque de rei Mierdas, que, contrariamente ao rei Midas, transforma o que toca não exatamente em ouro.