Os Indignados plantam seus acampamentos, seus slogans e suas assembleias para protestar contra uma classe política que não os representa. Um ex-policial se alimenta de seu alcoolismo e anda com sua pistola pelas grades da capital onde torturou vários detidos durante os últimos anos do regime de Franco. Um belo jovem do Opus Dei e afetado por uma deficiência de alma pede dinheiro aos transeuntes para comprar um crucifixo, o que o levará a se juntar a um grupo terrorista de extrema esquerda que planeja o fim do fascismo local. Com esta abordagem, através de uma prosa arrivista, A carcunda, romance não propenso à cortesia, faz uma viagem que, entre lavradores, começa na vizinha Espanha e Caffir de meados do século XX e termina naqueles tempos muito distantes no que a voz cansada do povo podia ser possível e até a deixavam soar, para satisfazer seu capricho.