Aonde viaja uma mulher que escreve e sobre o que escreve uma mulher que viaja? Nas sociedades patriarcais e conservadoras, o deslocamento do corpo feminino conota perigo e rebeldia. Apesar da atual ascensão das crônicas de viagem, a condição necessária de liberdade que esse tipo de escrita exige dificultou a inclusão das mulheres no rol desses grandes livros, que até recentemente eram de autoria majoritariamente masculina e ocidental. Viajar sozinha nos convida a repensar a narrativa de viagem dos séculos XX e XXI considerando as diferenças de gênero. Por meio de pesquisas transdisciplinares, a autora identifica manifestações particulares em crônicas e outras obras de não-ficção menos estudadas, como memórias, diários e cartas, nas quais as escritoras deixaram vestígios de suas identidades nômades.