O que acontece quando a mãe do seu melhor amigo do ensino médio reaparece vinte e cinco anos depois para perguntar o que a filha tinha nos bolsos no dia em que foi atropelada por um trem? Depois de receber aquele e-mail enigmático e doloroso, a narradora, cantora de uma orquestra verbenera que vai de cidade em cidade tocando músicas que odeia, vasculha suas memórias para recuperar sua adolescência e montar uma resposta com elas. Com a música como fio condutor, evoca as aventuras que teve com Carla, a rebelião, a descoberta do sexo e aquela vontade transbordante de viver naquela Valência dos anos oitenta. A narradora reconstrói assim sua própria memória até a morte de Carla e o que aconteceu depois, quando a morte da melodia coincidiu com a de sua própria inocência.