O abre-cartas começa com as cartas que um amigo de infância escreve nos anos 1920 para García Lorca, inspirador distante de seus anseios e sonhos. A partir daquele primeiro episódio de uma correspondência talvez nunca “correspondida”, o leitor seguirá o caminho do “romance em cartas”. Porém, é também um esplêndido romance-rio underground que reflete os últimos cem anos da vida espanhola e entrelaça a história (a República, a Guerra Civil, a repressão de Franco, os “liberados” anos 60, a normalidade democrática) com as histórias particulares de um grupo de vítimas, sobreviventes, pessoas vivas, meninas “modernas” e “malditos”. Personalidades relevantes são vislumbradas - Lorca, Aleixandre, María Teresa León, Alberti, Eugenio D'Ors, entre outros. Com este romance, Vicente Molina Foix ganhou o Prêmio Nacional de Narrativa.